Quando eu finalmente comecei a entender a importância do reconhecimento internacional e o significado que um Campeonato, Olimpíada, Copa do Mundo tem, o Brasil vivia tempos áureos no esporte. Cresci assistindo o Senna correndo todos os Domingos e celebrando cada uma de suas vitórias como se aquilo tudo fosse hiper natural. Ao contrário dos meus pais e avós que sabiam quão extraordinário e surreal tudo aquilo era, eu do alto dos meus 7 anos, achava que isso tudo era algo que fazia parte da nossa existência brasileira desde que os tempos eram tempos: eu não fingia costume, aquele para mim era o costume. Não demorou muito para a ingenuidade da minha primeira infância se dissolver e para o mundo me mostrar a realidade: em 1994 senti o luto da morte quando meu ídolo se foi em um acidente que assisti casualmente da mesa do café da manhã e em 1998 senti a decepção de se perder um Oscar e uma Copa do Mundo que na minha visão míope eram absolutamente nossos.
© 2025 Cami Cilento
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